27 de jul. de 2013

De Volta Pra Casa

Já faz quase um mês que eu voltei pro Brasil, pro aconchego do lar e pra correria de São Paulo. Olhando para trás, parece que foi há muito mais tempo - alguém disse outro dia que cada mês que a gente vive parece que contém os acontecimentos de uns três anos. Filosofia de boteco, eu sei, mas faz o maior sentido do mundo se eu pensar como foram esses últimos cinco meses longe de casa. Demorei um bocado para tentar escrever sobre "a volta" porque queria esperar as coisas se acalmarem na cabeça, rever os amigos, entregar os presentes de viagem e começar a tocar o barco. Ledo engano - afinal, o mundo não espera a gente chegar e tentar entender o que tá acontecendo. Mãos à obra, então. 

Fazer intercâmbio nunca foi exatamente uma das minhas principais metas durante a faculdade. Tudo foi mais uma coincidência de fatores: a criação de um programa de bolsas de estudo na USP voltado só para o assunto, um amigo empolgado, a vontade de parar por seis meses e ver o mundo antes de mergulhar de vez na vida adulta. Olhando com os olhos do hoje, foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.


3 de jul. de 2013

Mo Ghile Mear: Casamento de Viúva em Dublin

Duas coisinhas rápidas: sim, eu já cheguei no Brasil, mas este texto foi escrito no avião de Roma pra Lisboa. Quero ainda pousar com calma nessa cidade problemática pra poder respirar e escrever sobre a volta, de maneira que vou ficar devendo pra vocês falar de Paris, Berlim, Roma e Florença. Prometo que volto a elas fazendo roteirinhos de viagem legais, mas cheios de pessoalidade. Por agora, fiquemos com Dublin.

Sabedoria de boteco, vamos lá: toda viagem tem altos, baixos, e pontos médios- dos quais você até se lembra com carinho, mas precisa esfregar um pouco os olhos para trazer à memória. Depois do amor pela Inglaterra - ou melhor, pela garota de vestido de verão que foi Londres - e pela decepção com a Holanda, eu andava precisando de uns dias para dar uma descansada no ritmo da viagem, com menos correria e mais contemplação. Encontrei isso em Dublin, uma cidade que a princípio entrou no roteiro só por ter um show do Neil Young (e outro do Chelsea Light Moving, a banda nova do Thurston Moore) em datas que pareciam caber direitinho, e um pouco mais. Mas não muito... 

1 de jul. de 2013

Ó, Pá: Entrevista com O Martim

“Pop de rua, com um cheiro a roque e vodka de limão”. Parece uma mistura convidativa, não? Pois essa é a receita que a banda portuguesa O Martim fornece para os curiosos e intrigados com suas canções em seu site. Criação do músico Martim Torres, um baixista que tocou jazz na adolescência, acompanhou B. Fachada em alguns de seus discos e resolveu agora ocupar um lugar à frente do palco, o projeto chegou ao formato álbum no começo de 2013 com “Em Banho Maria”, um retrato da vida jovem lisboeta. Estão lá, de modo bastante descontraído, as noites de bebedeira (“Cais do Sodré”) e os dias de ressaca (“Domingo de Manhã”), sempre narradas por personagens boêmios, apaixonados e um tanto quanto azarados.

Já estou de volta à pátria-mãe (calma, ainda estou chegando, então textos sobre "como é bom voltar" ou "ai, que saudade do pastel de nata" vão aparecer daqui a algum tempo só), mas antes disso, divulgo aqui pra vocês o papo divertido regado a limonada e café que eu tive com o músico português Martim Torres, ou... O Martim, dono de "Em Banho Maria", um dos discos mais bacanas do lado de lá do Atlântico desse 2013 que já chega à metade. Além da divertida faixa-título, o trabalho também tem "Cais do Sodré", um hino a um dos meus lugares favoritos na capital portuguesa. O papo, pra variar, tá lá no Scream & Yell!