Entrevistei o Lucas da Fresno essa semana para o trabalho - em uma matéria bem bacana que estamos tramando por lá - e lembrei-me desse texto, que originalmente foi escrito para o Pop to the People, em sua fase de recesso, e acabou pousando lá no Scream &Yell. É um dos meus textos favoritos, por sua capacidade de ir um pouco na contramão do que se pode dizer por aí. No final do texto, tem um clipe recente que eles gravaram para "Sentado à Beira do Caminho" - não chega nem aos pés da original, mas é interessante ver o que eles aprontaram.
Não é segredo pra ninguém que nos últimos dez anos – pra não dizer quinze ou vinte – a Internet mudou a maneira como a música é produzida hoje. Mais do que isso, ela se tornou um grande ambiente de divulgação para muitos artistas. Entretanto, se avaliarmos com mais atenção, conquistar o sucesso entre os internautas é apenas conquistar um determinado nicho, composto geralmente por jovens de classe média. O “tão-falado-e-sonhado” sucesso de público, com crianças e velhinhos de todas as cores, credos e salários cantando pelas ruas os refrões de uma banda, é um passo – longo – que vai um pouco além dos arquivos mp3 e das rádios especializadas. O Fresno, talvez o melhor exemplo brasileiro que soube aproveitar o espaço virtual para trazer os holofotes para si mesmo, agora procura superar esse novo desafio – e também o preconceito de muitos ouvintes – em seu novo disco, Revanche.